Paulo Portas assumiu que está
contra a taxa sobre pensões, anunciada pelo primeiro-ministro sexta-feira.
"O senhor
primeiro-ministro percebe que esta é a fronteira que não posso deixar
passar", afirmou o presidente do CDS-PP, referindo-se Paulo Portas ao
novo imposto sobre os pensionistas, anunciado pelo primeiro-ministro
sexta-feira hoje numa comunicação ao país em reacção aos novos cortes
anunciados por Pedro Passos Coelho na sexta-feira.
Paulo Portas comprometeu-se a
procurar medidas suplementares que substituam a nova contribuição sobre as
pensões. "Farei tudo para que se poupe quem deve ser poupado", defendeu.
"Quero, queremos todos uma
sociedade que não descarte os mais velhos", acrescentou o líder do CDS.
Embora tenha assumido uma
frontal divergência, com o PSD, principal partido do Governo, em relação a
esta taxa sobre os pensionistas, Paulo Portas manifestou apoio às restantes
medidas fazendo questão de frisar que foi o CDS que conseguiu impedir que a
idade da reforma subisse para os 67 anos. "A questão da idade da reforma
ocupou bastante do meu tempo. Confesso que fiquei incomodado com a notícia de
há algumas semanas de que o Governo queria colocar a idade da reforma nos 67
anos, talvez isso correspondesse a algum ímpeto externo, mas não havia
consenso no Governo para uma medida dessas, com as consequências políticas,
sociais e técnicas que ela teria. Felizmente não será assim".
Na sua declaração, que demorou
cerca de meia hora, Paulo Portas dirigiu palavras muito duras à troika. O
líder democrata cristão classificou de "situação vexatória" o facto
de o país estar intervencionado e defendeu, não vê "nenhuma vantagem em
voltar a estender a mão como pedintes nem de estender a permanecer desses
senhores entre nós". "Não observo nas equipas técnicas da
troika suficiente flexibilidade que dê substância ao discurso" de muitos
dos seus representantes que invocam a necessidade de apostar no crescimento
económico e no alívio da austeridade.
Fonte: Diário Económico
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Domingo, 05 Maio 2013 00:00
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