Mota Soares: "É muito importante que a vontade de unir seja mais
forte que a vontade de separar"
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Pedro Mota Soares,
vice-presidente do CDS-PP, acusou o PS de ter terminado "unilateralmente
o processo negocial" da última semana com vista à obtenção de um
"compromisso de salvação nacional" pedido pelo Presidente da
República.
O chefe da delegação
do CDS-PP nas negociações afirmou terem sido aceites várias propostas dos
socialistas, mas ao mesmo tempo acusa-os de não terem apresentado
alternativas à redução de despesa, pedidas pelos partidos da maioria.
"Infelizmente isso não sucedeu", afirmou.
Para o também ministro
da Solidariedade e da Segurança Social, "Portugal precisa de uma cultura
de compromisso e diálogo" e "a maioria dos portugueses queria que
se chegasse a um acordo".
"Lamentamos a
posição do PS", reforçou, acrescentando que o faz também por os
socialistas não terem "reconhecido os pontos de convergência" a que
os três partidos chegaram.
Mota Soares afirmou
ainda, mais do que uma vez, que o CDS se preocupou em não dificultar a vida
ao PS, nomeadamente ao defender a ideia de que se deve "potenciar um
ciclo político mais focado no crescimento da economia e do emprego" e ao
mostrar disponibilidade para "alterar o calendário eleitoral", um
ponto "muito sensível" dos pilares propostos pelo Presidente da
República.
Mas foi no segundo
pilar, relativo ao cumprimento do memorando da troika, que se focou,
deixando à vista que daqui resultaram as maiores divergências. "As
obrigações do Estado são matéria de cumprimento, não sendo possíveis medidas
que aumentem a despesa ou reduzam a receita fiscal", frisou.
Relativamente à
trajectória do défice, que o PS propôs renegociar com a troika, Mota
Soares afirmou que, "sabendo que os ajustamentos ao ajustamento não
dependem só de nós", foi proposto "um método para que todos
pudessem aceitar os resultados da negociação com a troika", sem
revelar qual.
Revelou também que a
maioria propôs a separação de medidas da sétima avaliação já votadas no
Parlamento de "outras que ainda não o foram" - como são as leis
relativas à Função Pública, cuja votação foi suspensa durante o processo
negocial.
O CDS, acrescentou,
defendeu a reforma do IRC e do IRS, "mostrou abertura" à
reavaliação do IVA na restauração e "manteve a [sua] linha" no que
diz respeito às pensões mínimas e rurais. Estas últimas referem-se à
"linha vermelha" que Paulo Portas traçou em Maio, quando se
insurgiu contra a aplicação do imposto especial sobre pensões, que o PSD
prevê manter no próximo Orçamento do Estado.
Em conclusão, Mota
Soares afirmou que o CDS está preocupado com a falta de acordo. O que, diz,
"acentua a ideia que muitos portuguese têm que os partidos e os
políticos não são capazes de se entenderem".
Ainda assim, afirmou
que o CDS "mantém uma disposição para o diálogo".
"É muito importante
que a vontade de unir seja mais forte que a vontade de separar".
Sábado, 20 Julho 2013 01:00
Fonte: Público
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