O período de
nacionalização do Banco Português de Negócios (BPN) foi extremamente
prejudicial para os contribuintes por culpa política do anterior Governo
socialista, considerou hoje o deputado e porta-voz do CDS-PP, João Almeida,
tendo em conta as audições da comissão de inquérito parlamentar ao processo de
nacionalização, gestão e alienação do banco.
Segundo João Almeida - que
criticou duramente a gestão do BPN pela Caixa Geral de Depósitos, entre o
início de 2008 e o final de 2011, na sequência de uma decisão política do
executivo liderado por José Sócrates -, os quase quatro anos de nacionalização
não resolveram os problemas da gestão de Oliveira e Costa à frente do banco,
contribuíram para uma perda de valor acentuada do banco e provocaram uma
reprivatização "feita por imposição da ‘troika', em condições muito
negativas".
"Ao longo do tempo em
que esteve nacionalizado, o BPN foi perdendo valor, não teve uma recuperação da
marca, perdeu quatro quintos dos seus depósitos e não conseguiu recuperar
valores significativos do crédito que já tinha sido concedido antes da
nacionalização. Está ainda por apurar se nas imparidades existentes neste
momento não há imparidades que resultem de créditos concedidos já depois da
nacionalização ou de reestruturações feitas também depois da
nacionalização", disse João Almeida.
Para o deputado do CDS, na
sequência das audições até agora realizadas pela comissão de inquérito
parlamentar, "está também provado que o BPN nacionalizado, gerido pelo
Estado, não conseguiu resolver todos os problemas que tinha com o anterior
grupo SLN [Sociedade Lusa de Negócios], designadamente no que respeita a
inúmeros ‘off-shores’ que eram
proprietários da coleção de arte Miro - questão que ainda hoje está por
resolver em termos de propriedade".
Na próxima sexta-feira,
adiantou João Almeida, o ex-presidente do BPN Francisco Bandeira será
confrontado pelo CDS com os resultados "de uma nacionalização que não
serviu os interesses dos contribuintes". E acrescentou: "Essa
responsabilidade tem de ser atribuída à administração que foi nomeada pela
Caixa Geral de Depósitos, mas também ao Governo do PS, que não apenas decidiu
nacionalizar o banco, como foi ainda responsável pela estratégia daquela
administração."
- João Almeida, Deputado e porta-voz do
CDS-PP, na AR.
Terça,
17 Julho 2012 16:20
In: CDS-PP
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