Hélder Amaral, vice-presidente da bancada democrata-cristã
enalteceu hoje o esforço dos empresários portugueses que, apesar da crise
generalizada, "com todo o esforço, mérito e empenho, conseguiu adaptar-se
às difíceis circunstâncias", resultando no facto de Portugal ser hoje um
país mais exportador e para mais destinos.
Numa declaração política, o deputado do CDS-PP afirmou
ainda que "devemos pois prestar homenagem a coragem, empreendorismo, de
empresários e trabalhadores, mas para o CDS-PP também os esforços do Governo
nesta área têm sido decisivos para este bom desempenho das exportações: é hoje
claro que existe um guião coerente e articulado para a promoção e a defesa dos
interesses da economia nacional no exterior".
Declaração política de Hélder Amaral:
Senhora Presidente, Senhoras e Senhores
Deputados,
Foram ontem conhecidos os dados que confirmam que nos
primeiros 8 meses deste ano, as exportações portuguesas de bens cresceram 9,6%, o que significa uma subida de mais de 2,6 mil milhões de
euros, tendo, por sua vez, as importações diminuído 4,3%.
Tais factos significaram uma redução da Balança
Comercial em mais de 4,3 mil milhões de euros.
Em 2012, existiram meses em que as exportações cresceram
quase 14%, como é exemplo o mês de
agosto, o que correspondeu a um aumento de mais de 400 milhões de euros
comparativamente com o período homólogo do ano passado. Algo que é extremamente
positivo para a economia portuguesa.
Com uma Europa em crise, o tecido empresarial português,
empresas empregadoras e trabalhadores com todo o esforço, mérito e empenho,
conseguiu adaptar-se às difíceis circunstâncias, e o resultado é que Portugal
é hoje um país mais exportador e para mais destinos.
Devemos pois prestar homenagem a coragem, empreendorismo,
de empresários e trabalhadores, mas para o CDS-PP também os esforços do Governo
nesta área têm sido decisivos para este bom desempenho das exportações: é hoje
claro que existe um guião coerente e articulado para a promoção e a
defesa dos interesses da economia nacional no exterior.
A AICEP encontra-se actualmente integrada no Ministério dos
Negócios Estrangeiros, em estreita
articulação com o Ministério da Economia, o que contribui para incluir a
dimensão da internacionalização da nossa economia como elemento essencial da
política externa portuguesa.
Assim, enquanto as exportações portuguesas,
nos 8 primeiros meses do ano, para dentro da União Europeia cresceram 3,8%,
apesar da forte retração destes mercados, por seu turno, para fora da
União, cresceram 27%. Hoje, o comércio com os países
extra-comunitários representa já 29% do nosso comércio com o exterior.
A título de exemplo, só para a China, de janeiro a junho,
Portugal exportou 441 milhões de euros em bens, um valor em muito superior aos
156 milhões de euros exportados para aquele país no mesmo período do ano
anterior, o que corresponde a um aumento de 182%!
Por conseguinte, são esperados resultados muito positivos
para a balança comercial portuguesa.
O Banco de Portugal prevê que o valor das exportações
portuguesas supere, no final deste ano, o valor das importações.
Será a primeira vez que tal acontece desde
1943.
Desde então Portugal comprou sempre mais ao exterior do que
vendeu, mas este ano, de acordo com as previsões, tal deverá ser diferente.
O Portugal que exporta é um exemplo para todos de que é
possível vencer dificuldades, que há qualidade e boa imagem do País nos
principais mercados.
Com efeito, o que
Portugal exporta diz-nos que é possível fazer mais e melhor, que é
possível ultrapassar o atual momento com menos ilusões, com mais clareza,
concentrados no que é essencial, e com menos instabilidade e menos paragens nos
diversos sectores. É neste contexto, que as greves nos Portos
portugueses são mais uma dificuldade que urge ultrapassar.
SENHORA PRESIDENTE, SENHORAS E SENHORES DEPUTADOS,
Os Portos
portugueses possuem esta importância acrescida para o interesse nacional.
O CDS-PP vê com muita apreensão as
greves, nomeadamente as do setor portuário.
A título de exemplo, de acordo com o Presidente da
Associação Comercial de Lisboa, neste mês, as empresas que exportam
através do Porto de Lisboa deverão ter um prejuízo de 425 milhões de euros… ou
a perda de um milhão de euros que se perdem por semana, segundo os produtores
de Pêra-rocha.
O CDS-PP defende que o direito à greve é um direito
legítimo e fundamental. Contudo, num momento difícil de emergência nacional,
num momento em que os sacrifícios são muito exigentes, num momento em que as
exportações apresentam um grande dinamismo, é preciso que todos saibam
estar à altura das suas responsabilidades.
É-nos, por isso, exigida uma reacção patriótica. É-nos, por isso, exigido que estejamos à altura daquilo
que os portugueses esperam de nós. E isso significa ter bom senso, ponderação e
concertação.
Por conseguinte, hoje dizemos com clareza que a
greve dos Portos, com as razões que possam ou não existir, não respeitam os
interesses dos portugueses das empresas e dos trabalhadores, e não
contribuem para que estas, num mundo global cada vez mais competitivo e
exigente, possam responder com eficácia ao interesse nacional e aos direitos
dos trabalhadores.
Sem rodeios e com clareza, quando existe um país que
trabalha, que se esforça e que procura vencer os desafios, não pode haver outro
país que pára, podendo colocar em causa o desenvolvimento e a sustentabilidade
da economia nacional. O Governo, dentro da legalidade e com os
mecanismos previstos na lei, pode e deve intervir, pois trata-se de uma questão
de independência nacional de Portugal e dos portugueses.
In: CDS-PP
Quinta, 11 Outubro 2012
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