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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Deveres de uma autarquia municipal

Há um pontão ou viaduto sobre a A-23 que liga a Zona Industrial Norte de Alferrarede ao olival do Conde de Anadia e a este caminho de terra batida, que vai intersectar a estrada da Chainça às Sentieiras dos Casais e ao Carvalhal.
São as traseiras mais a norte, da Zona Industrial Norte, que precisavam de ser cuidadas e valorizadas como uma necessária e importante reserva industrial para agro-alimentares, como será o caso dos lagares de azeite.
Um acesso que precisava ser enquadrado com outra saída norte dos Casais de Revelhos, ao fundo à esquerda na foto.
O problema é que estas traseiras já levam quase 15 anos de abandono. E ainda hoje ninguém quer harmonizar este espaço e o viaduto lá está a desembocar a Zona Industrial contra um caminho de terra batida a empoeirar um bonito e moderno olival. Mete dó. Quando há abrantinos que já tomam esses sinais de degradação como fatalidade ou castigo divino...
A implantação de um lagar de azeite, por muito moderno que seja, acarreta sérios problemas de harmonização com a vizinhança.
Há tractores e camionetas a transportarem a azeitona e a levarem o bagaço, com sobrecarga de trânsito e os inevitáveis odores, quando não se dá o caso, de alguns derramamentos dessas matérias.
Há processos de lavagem da azeitona que obrigam a bons esgotos, que não podem ir "morrer" à ribeira de Alferrarede. A Zona Industrial nem sequer tem rede de saneamento para as águas pluviais o que pode gerar a contaminação das águas das ruas com resíduos das lavagens das azeitonas (para já não falar de restos de azeite), a descerem pelas ruas da Zona Industrial quer em direcção ao Olho de Boi, quer em direcção à Chainça, perigo ainda agravado pelo facto, de na Zona Industrial existirem outras indústrias como a panificadora, os congelados, a torrefacção, o mel e as colmeias, as metalúrgicas e ainda os depósitos de lixos tóxicos e os depósitos dos próprios Serviços Municipalizados.
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É importante um lagar! A azeitona e o azeite são uma matriz determinante para a vida local. Não queiramos é matar a "Galinha dos Ovos de Oiro", com projectos mal acautelados. O concelho é muito vasto, para certas posturas soberbas de querer meter o Rossio na Rua da Betesga... É esse o problema!
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Essa envolvente obriga a cuidados redobrados. Gostaríamos de ver tudo isso muito bem explicado pela Câmara Municipal e pelo pelouro do Ambiente e pelo pelouro do Desenvolvimento Económico. A menos que a concentração desses pelouros na mesma vereadora seja motivo para menor rigor ou de complacência diante de interesses tão contraditórios, prejudicando o estudo desses impactos...
São estes os deveres de uma autarquia municipal: acautelar e preservar a harmonia de vida no município e pugnar pela "excelência" das decisões tomadas.

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