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terça-feira, 26 de maio de 2009

Entrevista do candidato ao parlamento europeu, Nuno Melo, ao Jornal de Notícias.


Sempre ass
umiu que na campanha falará também de questões nacionais. Quais irá abordar?

As questões nacionais mais relevantes e as que mais nos afectam. Por exemplo, o problema do desemprego à cabeça, a economia e uma série de outras que têm uma vertente nacional mas com extensão europeia, como o desemprego, a falta de apoio às micro, pequenas e médias empresas, as questões relacionadas com o ensino e seguramente as questões que têm a ver com a supervisão. Já exibi a Vital Moreira a "Acção Socialista" que, a propósito das últimas europeias, apresentava na capa um cartão amarelo e o slogan de toda a campanha foi esse. Em relação a estas, mais do que um cartão amarelo, justifica-se um cartão vermelho ao Governo.

Como pode um eurodeputado ajudar a resolver essas questões?

Pode ajudar imenso. Por exemplo, o dr. Luís Queiró apresentou um requerimento à comissária responsável pela gestão dos fundos comunitários. E a propósito do QREN perguntou quanto é que Portugal já utilizou. A senhora comissária respondeu que, à data de 31 de Dezembro de 2008, foi feito o pagamento intermédio de 4,17 milhões de euros para o programa assitência técnica. O valor global do QREN é 20 mil milhões de euros e o montante aplicado (5,2%) é o equivalente grosso modo a mil milhões de euros, que é o valor automático. Isto é simplesmente imoral nesta conjuntura, quando as empresas passam as dificuldades que passam. Quem diz o QREN diz o mesmo em relação à agricultura, onde se desbarata milhões de euros que podiam ser postos ao serviço da modernização da agricultura.

E quais são as questões europeias, em concreto, a debater?

Nunca recusamos falar de questões europeias, como a adesão da Turquia, a segurança europeia, a emigração e o Kosovo. Todas têm que ser debatidas como o Tratado de Lisboa. Mas aqui há uma diferença considerável em relação ao PS e ao PSD. Sou um europeísta convicto. Não sou um euroceptico. Não sou um federalista, ao contrário de Paulo Rangel e Vital Moreira. Mas sou um europeísta que está no mesmo ponto que há quatro anos quando se perguntava aos portugueses se se submeteria o Tratado a referendo.

É favorável à adesão da Turquia?

Tendencialmente, diria que não, embora reconheça um estatuto especialíssimo para a Turquia.

Quanto à questão da segurança europeia, fala-se na possibilidade de um Exército comum. Concorda?

A Europa vive hoje tempos de paz. Portugal é membro da NATO. Somos muito favoráveis a este diálogo transatlântico. Depois um Exército comum ia entrar numa das poucas áreas de soberania que ainda temos.

Ao apelar ao voto pelo mérito do trabalho do CDS na Oposição, parece mais preocupado com questões nacionais...

E internacionais também. O CDS, com os eurodeputados Luís Queiró e Ribeiro e Castro, fez um extraordinário trabalho, reconhecido por todos. Mas também há um mérito de trabalho nacional. Teria muita dificuldade em perceber que, depois do trabalho que os nossos 12 deputados tiveram durante a legislatura, o voto acabasse por cair naqueles que não fizeram quase nada. Seria uma visão muito perversa da democraci.

Gostaria de ter os dois eurodeputados consigo na campanha?

Gostaria de ter toda a gente comigo, embora perceba que há uma dificuldade objectiva de quem ainda exerce o mandato. Mas tenho recebido contributos como o de Luís Queiró que já referi.

E de Ribeiro e Castro, recebeu contributos?

Tem o contributo desde logo do seu trabalho, que é público. É um eurodeputado com visibilidade, em matérias que muitas vezes transcendem a União Europeia. Para se beneficiar do trabalho ou contributo de alguém não tem que se estar presencialmente ou a telefonar todos os dias.

Em termos de resultados eleitorais, já disse que gostaria de manter os dois eurodeputados. Não são expectativas modestas?

Modestas é que não são. Portugal vai perder dois deputados. Por isso, o CDS tem que ter um desempenho acima das expectativas de há cinco anos. Tento ser realista. Se mantiver os dois eurodeputados, é um bom resultado.

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